e-permitido-trabalhar-10h-por-dia

Sindesc RS garante acordo que estabelece jornada de 36h15 e reforça cumprimento do Artigo 72 da CLT

O Sindicato dos Empregados em Escritórios e Empresas de Serviços Contábeis do Rio Grande do Sul (Sindesc RS) firmou, por meio de mediação conduzida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), um importante acordo com empresa de contabilidade do RS que estabelece uma jornada de 36 horas e 15 minutos semanais para os trabalhadores envolvidos.

O entendimento também contempla o pedido do Sindicato para que a empresa cumpra o Artigo 72 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que determina a concessão de intervalos de 10 minutos a cada 90 minutos trabalhados nas atividades que envolvem digitação ou inclusão de dados digitais.

Segundo o Sindesc, o acordo representa um avanço significativo nas discussões sobre a redução da jornada de trabalho, além de reforçar a importância do cumprimento das normas que protegem a saúde e o bem-estar dos trabalhadores.

“Em um momento em que o tema da redução da jornada volta ao centro do debate nacional, este acordo é um grande passo e pode servir de modelo para outras empresas”, destaca o presidente do Sindesc RS, Fernando Lemos.

O Sindesc RS reafirma seu compromisso de seguir atuando para garantir o cumprimento do Artigo 72 da CLT e demais direitos da categoria, além de colocar-se à disposição das empresas e trabalhadores para orientações e esclarecimentos sobre o tema.

Imagem do WhatsApp de 2025-10-15 à(s) 15.50.05_6d790138

FECOSUL conclui apuração do Plebiscito Popular com ampla maioria pela redução da jornada e taxação das grandes fortunas

A Federação dos Empregados no Comércio de Bens e Serviços do Rio Grande do Sul (FECOSUL) realizou, na tarde desta quarta-feira, a apuração da urna do Plebiscito Popular, iniciativa que mobilizou trabalhadores e trabalhadoras de todo o estado em defesa de duas pautas centrais: o fim da escala 6×1 e a taxação das grandes fortunas, com isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Ao todo, 1.029 votos foram contabilizados — 751 virtuais e 278 presenciais. Dos votos coletados pela internet, 728 foram favoráveis ao fim da escala 6×1 e 729 à taxação das grandes fortunas e à isenção do IR, com apenas 23 e 22 votos contrários, respectivamente. Já na urna presencial, todos os 278 votos foram favoráveis às duas pautas, demonstrando a unanimidade do apoio entre os comerciários e comerciárias participantes.

A apuração ocorreu na sede da FECOSUL, em Porto Alegre, com a presença do presidente da federação, Guiomar Vidor, e dos diretores Fernando Lemos, Crislaine Carneiro e Paulo Pacheco. Segundo os dirigentes, a expressiva votação favorável reforça o compromisso da categoria com a construção de um país mais justo e com melhores condições de trabalho.

“Esta foi uma etapa importante da luta que já está gerando resultados concretos, como a aprovação, na Câmara dos Deputados, do projeto do governo Lula que isenta de Imposto de Renda os salários até R$ 5 mil. Agora, é fundamental que a proposta avance no Senado”, destacou Guiomar Vidor.

Sobre a jornada de trabalho, Vidor ressaltou que o movimento sindical recebe com entusiasmo a sinalização de apoio do governo federal ao Projeto de Lei nº 67/2025, da deputada Daiana Santos, que propõe a escala 5×2 e jornada de 40 horas semanais, substituindo o modelo 6×1, vigente há quase um século.

“Essa será nossa principal bandeira no próximo período. Representa um avanço civilizatório para nossa categoria, composta majoritariamente por mulheres e jovens, que enfrentam a dupla jornada e a precarização. Reduzir a jornada e conquistar a escala 5×2 é garantir mais dignidade, saúde e tempo de vida para quem trabalha”, concluiu o presidente da FECOSUL.

Com a apuração concluída, a FECOSUL reafirma seu compromisso em seguir mobilizando os sindicatos filiados e as categorias representadas para transformar a vontade popular em conquistas reais para os trabalhadores e trabalhadoras do Rio Grande do Sul e de todo o país.

IMG_2603-850x560

Sindicomerciários Caxias celebra o Dia dos Comerciários e Comerciárias com grande jantar dançante

Outubro é um mês especial para a família comerciária. No dia 30 de outubro, celebra-se o Dia dos Comerciários e das Comerciárias, data histórica que marca a conquista da redução da jornada de trabalho de 12 para 8 horas diárias, em 1932 — uma vitória que transformou as relações de trabalho no Brasil.

Antecipando as comemorações, o Sindicomerciários Caxias realizou no último sábado, 11 de outubro, a 2ª edição do Jantar Dançante dos Comerciários e Comerciárias, reunindo cerca de 500 pessoas entre trabalhadores, familiares e sindicatos parceiros. O evento, animado pela Banda Versus, foi um verdadeiro momento de confraternização e integração, com sorteio de mais de 50 brindes, incluindo uma televisão e diversos eletrodomésticos. O jantar e o baile seguiram com alegria até as primeiras horas da madrugada.

Mais do que uma festa, a noite foi marcada também por reflexões sobre as lutas históricas e atuais da categoria, que seguem inspirando novas conquistas.

Banda Versus animando a festa
Evento repetiu o sucesso da primeira edição com grande participação

História e luta: do passado às novas pautas

O presidente da Fecosul e diretor do Sindicomerciários Caxias, Guiomar Vidor, relembrou a origem e o significado do 30 de outubro:

“A data ficou marcada como o dia da nossa profissão porque, após muita luta, conquistamos a redução da jornada de 12 para 8 horas. Foi graças à mobilização dos comerciários e comerciárias que os demais trabalhadores brasileiros também passaram a ter suas jornadas regulamentadas”, destacou.

Guiomar Vidor, presidente da Fecosul e ex-presidente do Sindicomerciários Caxias

Guiomar também chamou atenção para os desafios atuais e a pauta em defesa de uma nova jornada de trabalho, mais humana e equilibrada:

“A luta agora é pelo fim da escala 6×1 e pela implantação da escala 5×2, com dois dias consecutivos de descanso. Essa pauta está em debate em Brasília, e só vamos conquistar se estivermos mobilizados e unidos”, afirmou.

Isenção do IR e valorização permanente da categoria

O presidente do Sindicomerciários Caxias, Nilvo Riboldi Filho, celebrou a recente vitória nacional com a aprovação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, e desconto para rendas até R$ 7,5 mil:

“Essa foi uma grande conquista da luta da categoria ao lado dos sindicatos e das entidades representativas dos trabalhadores”, ressaltou.

Nilvo Riboldi Filho, presidente do Sindicomerciários Caxias

Nilvo também destacou o trabalho permanente do sindicato em defesa dos comerciários e comerciárias, lembrando os acordos salariais acima da inflação, a manutenção de direitos e o forte investimento em estrutura física e atendimento à categoria.

“O Sindicomerciários Caxias nunca parou — nem nos momentos mais difíceis, como durante a pandemia, quando enfrentamos o negacionismo, a carestia e os ataques aos nossos direitos. Seguimos firmes, porque é juntos que conquistamos. É juntos que construiremos um novo projeto nacional de desenvolvimento, que valorize o trabalho, os direitos e combata as desigualdades”, concluiu.

juntos-850x560-1

Caxias do Sul: comerciários e comerciárias de supermercados, atacados, farmácias e autopeças conquistam reajuste acima da inflação

Após diversas rodadas de negociação nas quais os patrões insistiam em oferecer apenas a inflação (INPC), ou seja, zero de aumento real, o Sindicomerciários Caxias conseguiu conquistar um reajuste nos salários com ganho real para comerciários e comerciárias dos setores de supermercados, farmácias, atacados geral, atacados de madeiras, atacados de álcool e bebidas, e autopeças de Caxias do Sul, São Marcos, Flores da Cunha e Nova Pádua: 6,3% no piso mínimo profissional e 5,9% nos salários da categoria, com pagamento retroativo a julho, data-base da categoria.

Para o presidente do sindicato, Nilvo Riboldi Filho, a conquista é fruto da resistência e da persistência do sindicato na mesa de negociação e da confiança e união da categoria: “Mesmo em um cenário de crescimento econômico, com indicadores positivos e outras categorias do comércio — como a dos lojistas — que já haviam conquistado aumentos superiores à inflação, os empregadores dos demais setores de supermercados permaneciam inflexíveis. Mantivemos a postura combativa, lutando pela valorização dos trabalhadores e trabalhadoras comerciários de todas as categorias”.

Nilvo destaca ainda que, além do reajuste, todos os direitos foram mantidos, como auxílio-creche, triênios, quinquênios e bônus por domingos e feriados.

Com isso, os novos pisos mínimos para trabalhadores ficaram em:

•⁠ ⁠Supermercados: comissionados R$ 2.489,00 e o novo piso da categoria passou a ser de R$ 1.914,00.
•⁠ ⁠Farmácias: comissionados R$ 2.494,00 /novo piso da categoria passou a ser de R$ 1.918,00
•⁠ ⁠Autopeças:  comissionados R$ 2.594,00 /novo piso da categoria passou a ser de R$ 1.995,00
•⁠ ⁠Atacados geral: comissionados R$ 2.489,00/novo piso da categoria passou a ser de R$ 1.914,00.
•⁠ ⁠Atacados de madeiras: comissionados R$ 2.489,00 /novo piso da categoria passou a ser de R$ 1.914,00.
•⁠ ⁠Atacados de álcool e bebidas: comissionados R$ 2.489,00 /novo piso da categoria passou a ser de R$ 1.914,00.

Confira a tabela com os valores completos no final da matéria.

MOBILIZAÇÃO

O Sindicomerciários Caxias tem chamado a atenção da população para a importância da valorização dos trabalhadores e trabalhadoras do comércio, setor que cresceu 11,9% em 2024, superando a média nacional do varejo. A Campanha Salarial 2025 tem sido marcada pela mobilização da categoria, que foi às ruas com o slogan: “Merecemos + tempo para viver, salário e direitos”.

O presidente da Fecosul e diretor do Sindicomerciários Caxias, Guiomar Vidor, afirma que “era inadmissível que um setor que registrou crescimento de 11,9% no varejo em 2024 insistisse em oferecer apenas a inflação ou pouco mais do que isso. Precisávamos valorizar os comerciários e comerciárias, lutar por direitos e dignidade”.

Para Guiomar, caso as empresas do setor não repensem suas políticas de valorização dos trabalhadores e trabalhadoras, irá ficar a cada dia ainda mais difícil preencher as vagas em aberto. “As empresas não conseguem preencher as vagas em aberto, pois a rotatividade no setor comerciário do RS é de alarmantes 58,9%”, destaca.

Nilvo Riboldi acrescenta que a Campanha Salarial ainda está em andamento: “obtivemos uma grande vitória com o fechamento de acordos para quase todos os setores. Já a CCT do setor dos siderúrgicos também está praticamente fechada. Apenas o setor de funerárias está aguardando um acordo, pois insistem em repassar apenas a inflação. Não sairemos da mesa de negociação sem a valorização e respeito a esses trabalhadores através do ganho real”, conclui Nilvo.

VEJA EM DETALHES COMO FICOU OS REAJUSTES DAS CATEGORIAS:


MERCADOS

Mínimo comissionado: R$ 2.489,00

Mínimo Profissional: R$ 1.914,00

Salário experiência 90 dias: R$ 1.766,00

Empacotador/Carrinheiro/Jovem aprendiz: R$ 1.600,00

Quinquênio: R$ 145,00

Triênio: R$ 36,00

Auxilio Creche: R$ 355,00

TRABALHO AOS DOMINGOS – Mercados

a) R$ 71,00, por domingo trabalhado, para salário base inferior a R$ 2.141,00

b) R$ 85,00, por domingo trabalhado, para salário base superior a R$ 2.141,00

Os valores acima são para jornadas de sete horas e vinte minutos. Para quem trabalha com carga horária menor, o valor a ser pago é proporcional, sendo que no mínimo, o correspondente a três horas e meia (R$ 36,00 e R$ 43,00). O mesmo trabalhador não poderá trabalhar em mais de dois domingos seguidos.

PRÊMIO PARA OS FERIADOS – Mercados

a) R$ 122,00 para um salário base de até R$ 2.051,00

b) R$ 141,00 para salário base superior a R$ 2.051,00 e inferior a R$ 2.530,00

c) R$ 170,00 para salário base superior a R$ 2.530,00

Sem folga para empregados contribuintes. Demais trabalhadores apenas folga.


FARMÁCIAS

Mínimo comissionado: R$ 2.494,00

Mínimo profissional: R$ 1.918,00

Vendedor com mais de 12 meses: R$ 2.494,00

Salário experiência 60 dias: R$ 1.813,00

Office-Boy e aprendiz: R$ 1.677,00

Quinquênio: R$ 162,13

Triênio: R$ 41,88

Auxilio Creche: R$ 418,43    


ATACADOS GERAL

Reajuste geral nos salários:  

Mínimo comissionado: R$ 2.489,00

Mínimo profissional: R$ 1.914,00

Salário experiência 60 dias: R$ 1.810,00

Office-boy e aprendiz: R$ 1.674,00

Quinquênio: R$ 152,12

Triênio: R$ 38,03

Auxilio Creche: R$ 371,74

Atividades atacadistas essenciais:
a) comércio atacadista de gêneros alimentícios
b) comércio atacadista de medicamentos e produtos químicos;
c) comércio atacadista de materiais de construção
d) comércio atacadista de produtos agrícolas e de materiais, produtos e insumos para o agronegócio
e) comércio atacadista de peças e alumínios
f) comércio atacadista de Madeira

TRABALHO AOS DOMINGOS ATACADISTA EM GERAL

Os valores passaram para:

  1. R$ 70,91, por domingo trabalhado, para salário base inferior a R$ 2.113,67.
  2. R$ 85,05, por domingo trabalhado, para salário base superior a R$ 2.113,67.

Os valores acima são para jornadas de sete horas e vinte minutos. Para quem trabalha com carga horária menor, o valor a ser pago é proporcional, sendo que no mínimo, o correspondente a três horas e meia (R$ 38,72 e R$ 44,18).

TRABALHO EM FERIADOS ATACADISTA EM GERAL

Prêmio para os feriados:

  1. R$ 119,98 para um salário base de até R$ 2.002,68
  2. R$ 138,52 para salário base superior a R$ 2.002,68 e inferior a R$ 2.463,29
  3. R$ 164,69 para salário base superior a R$ 2.463,29.

ATACADOS DE ÁLCOOL E BEBIDAS

Reajuste geral nos salários: 

Mínimo comissionado: R$ 2.489,00

Mínimo profissional: R$ 1.914,00

Salário experiência 60 dias: R$ 1.811,00

Office-boy e aprendiz: R$ 1.675,00

Quinquênio: R$ 162,03

Triênio: R$ 41,87

Auxilio Creche: R$ 427,48


ATACADOS DE MADEIRAS

Reajuste geral nos salários: 

Mínimo comissionado: R$ 2.489,00

Mínimo profissional: R$ 1.914,00

Salário experiência 60 dias: R$ 1.810,00

Office-boy e aprendiz: R$ 1.674,00

Quinquênio: R$ 152,12

Triênio: R$ 38,03

Auxilio Creche: R$ 372,00


AUTOPEÇAS

Reajuste geral nos salários: 

Mínimo comissionado: R$ 2.594,00

Mínimo profissional: R$ 1.995,00

Vendedor com mais de 02 meses: R$

Salário experiência 60 dias: R$ 2.594,00

Quinquênio: R$ 199,50

Auxilio Creche: R$ 498,75

TRABALHO AOS DOMINGOS E FERIADOS

Valor para trabalho nos Domingos: R$ 95,40 e direito a repouso em outro dia da semana (com folga antecipada)

Bonificação por trabalho aos feriados: R$ 187,25 (para empregados contribuintes, demais apenas folga)

Business group looking graph Financial information and business investment planning at the meeting.

SINDESC RS obtém reajuste acima da inflação e novas conquistas para categoria no Vale do Taquari

O Sindicato dos Empregados em Escritórios e Empresas de Serviços Contábeis do RS (SINDESC RS) e o Sescon VT (Vale do Taquari) fecharam, após algumas rodadas de negociação e assembleia com os trabalhadores da região, o novo acordo da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com vigência para o período 2025/2026. A nova convenção traz conquistas significativas, especialmente no que diz respeito às cláusulas econômicas e de valorização profissional.

Principais avanços econômicos

A nova CCT garante um reajuste salarial de 5%, percentual acima da inflação, o que representa ganho real e a recuperação parcial das perdas acumuladas nos últimos anos. Além disso, foram definidos novos pisos salariais, com a criação de uma nova faixa para profissionais técnicos:
• Piso Geral: R$ 1.926,75
• Primeiro Emprego: R$ 1.835,00
• Nível Técnico: R$ 2.100,00 (para trabalhadores com registro no CRC e que exercem a função de técnico em contabilidade)

Outro destaque importante foi o reajuste e a uniformização do valor do auxílio alimentação: agora será de R$ 23,20 para todos os municípios da região, atendendo a uma antiga reivindicação da categoria por isonomia entre as cidades.

Direitos mantidos e novos avanços sociais

A nova convenção também assegura a manutenção e aprimoramento de importantes direitos sociais:
• Auxílio-creche garantido para mães e pais, desde o nascimento da criança até os 6 anos de idade.
• Proibição do cômputo de feriados no período de férias, garantindo o descanso integral do trabalhador.
• Quinquênio mantido, assegurando a valorização por tempo de serviço.

Avaliação da negociação

A diretoria do SINDESC RS avaliou positivamente o resultado da negociação com o Sescon VT. “Além do reajuste com ganho real, conseguimos conquistas históricas como a implantação de um novo piso para técnicos e a equiparação no auxílio alimentação. São avanços que impactam diretamente a vida dos trabalhadores do setor contábil e escritórios da região”, destacou a direção.

O sindicato reforça seu compromisso de estar sempre ao lado da categoria, defendendo melhorias salariais e de condições de trabalho. A nova CCT já está em vigor e o SINDESC RS orienta que os trabalhadores fiquem atentos ao cumprimento integral das cláusulas por parte dos empregadores.

ACESSE AQUI A CCT

IMG_8376-850x560

Sindicomerciários Caxias denuncia intransigência dos supermercados e deve intensificar a mobilização por reajuste com ganho real

Nesta sexta-feira, 29 de agosto, mais uma rodada de negociações entre o Sindicomerciários Caxias e o sindicato patronal do setor de supermercados (Sindigêneros) terminou sem avanço. Pela quinta vez consecutiva, os representantes dos patrões se recusaram a conceder um reajuste salarial com ganho real para os trabalhadores e trabalhadoras de mercados.

Mesmo em um cenário de crescimento econômico, com indicadores positivos e outras categorias do comércio — como a dos lojistas — já tendo conquistado aumentos superiores à inflação, os empregadores do setor de supermercados permanecem inflexíveis. O Sindicomerciários considera essa postura injustificável, especialmente diante das condições mais duras enfrentadas pelos trabalhadores e trabalhadoras de mercados, que atuam frequentemente em domingos, feriados e recebem um dos menores pisos salariais da categoria.

Falta de valorização num setor essencial

Para Nilvo Riboldi Filho, presidente do Sindicomerciários Caxias, a intransigência patronal desconsidera o papel estratégico dos trabalhadores de supermercados, que foram fundamentais durante a pandemia para garantir o abastecimento da população. “Mesmo com alta rotatividade e dificuldade de contratação, os patrões se mostram insensíveis. Oferecer apenas a reposição da inflação é como não oferecer nada”, afirma Nilvo. Ele destaca que, enquanto é possível postergar a compra de roupas, ninguém deixa de comprar alimentos ou produtos de higiene — setores diretamente movimentados pelos supermercados.

Setor em crescimento, mas sem reconhecimento

Guiomar Vidor, presidente da Fecosul, também criticou duramente a proposta patronal, ressaltando que “é incompreensível que um setor que registrou crescimento de 11,9% no varejo em 2024 insista em oferecer apenas a inflação ou pouco mais do que isso. É hora de valorizar os comerciários e comerciárias. Nossa luta é por direitos e dignidade”.

Nilvo reforça que o comércio gaúcho cresceu 8,4% — quase o dobro da média nacional (4,7%) — e que o PIB do país cresceu 3,5%, com a menor taxa de desemprego da história (6,6%), configurando um cenário de pleno emprego. “Mesmo assim, as empresas não conseguem preencher as vagas em aberto, pois a rotatividade no setor comerciário do RS é de alarmantes 58,9%”, destaca.

Sindicomerciários segue defendendo o acordo com base no diálogo

Diante do impasse, o Sindicomerciários seguirá buscando um acordo já, mas desde que garanta um aumento justo, acima da inflação para os comerciários e comerciárias de mercados, assim como a manutenção integral dos direitos já conquistados na Convenção Coletiva de Trabalho — direitos esses fruto de décadas de mobilização dos trabalhadores.

Caso não haja avanços concretos na proposta patronal nos próximos dias, o Sindicomerciários deverá ingressar com ação de dissídio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4/RS).

Nilvo concluiu: “Seguiremos mobilizados até que haja reconhecimento e valorização para quem move os supermercados todos os dias: os trabalhadores e trabalhadoras!”

IMG_1069-850x560

Campanha salarial 2025: Comerciários e comerciárias aprovam pauta de reivindicações e iniciam luta por ganho real e valorização da categoria

Na noite da última quinta-feira, 15 de maio, comerciários e comerciárias estiveram reunidos em assembleia extraordinária do SINDICOMERCIÁRIOS CAXIAS, para a aprovação das pautas de reivindicações da Campanha Salarial 2025. A categoria comerciária aprovou por unanimidade em assembleia a LUTA PELA REPOSIÇÃO DAS PERDAS DA INFLAÇÃO COM AUMENTO REAL NOS SALÁRIOS, O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) MAIS 3%, com a manutenção e ampliação das 80 cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho, a CCT, que garante os direitos que as leis trabalhistas não garantem, como triênio, quinquênio, auxílio-creche e prêmio pelo trabalho em domingos e feriados.

No próximo mês iniciam as reuniões com os representantes dos patrões, para levar a pauta de reivindicações da categoria, sendo a data base da categoria 1º de julho. O Sindicomerciários Caxias representa aproximadamente 25 mil trabalhadores e trabalhadoras do comércio de Caxias do Sul, Flores da Cunha, São Marcos e Nova Pádua. Ao todo, são negociadas dez CCTs: mercados, lojas, farmácias, atacados, atacados de álcool e bebidas, atacados de madeiras, funerários, peças, siderúrgicas e concessionárias.


LUTA POR VALORIZAÇÃO
Guiomar Vidor, presidente da Fecosul e CTB-RS, apresentou uma análise da conjuntura política e econômica atual, levando a situação do início das negociações das outras categorias. Guiomar enfatizou que, embora o ano que passou tenha sido marcado pela enchente em nosso Estado, a reconstrução e, ajuda aos gaúchos atingidos, ajudaram o setor a apresentar um desempenho muito maior que o restante do país. “As vendas no comércio gaúcho cresceram 8,4%, quase o dobro do Brasil no mesmo período (4,7%). O próprio cenário nacional é favorável, apresentando um crescimento de PIB de 3,5%, com taxa de desemprego de 6,6%, a menor da história, ou seja, estamos numa situação de pleno emprego! ”  Para Guiomar, “é justamente esta nova realidade, onde o país voltou a crescer, que faz com que a taxa de rotatividade no setor comerciário gaúcho seja de 58,9%, e que as empresas não estejam conseguindo encontrar candidatos suficientes para preencher as vagas em aberto”.

O presidente da Fecosul elencou as inúmeras causas de o setor não estar conseguindo contratar, como os baixos salários, ter que trabalhar nos domingos e feriados, extensas jornadas de trabalho, falta de vagas nas creches, falta de transporte público, uma forte epidemia de transtornos mentais e depressão, que aumentaram exponencialmente depois da pandemia. “Temos no RS os maiores índices de afastamentos por depressão e transtornos mentais, cerca de 37 mil só no último ano”, acrescentou.  Assim, finalizou Guiomar, “existe sim um cenário favorável e, antes de tudo, que pede para que todos os trabalhadores e trabalhadoras lutem pela sua valorização, pela luta por condições mais dignas de trabalho e, de vida. Nós trabalhadores precisamos ter uma vida além do trabalho, e com saúde, física e mental! Por isso a bandeira do fim da jornada 6 x 1 e, com a adoção da 5 x 2, com 40 horas de trabalho semanais, também é nossa luta!”

VIDA ALÉM DO TRABALHO

O Sindicomerciários Caxias apoia o Projeto de Lei 67/2025, da deputada federal Daiana Santos, que propõe a redução da jornada semanal para 40 horas e a adoção obrigatória da escala 5×2 para os comerciários. A proposta busca harmonizar a legislação trabalhista brasileira com padrões internacionais e garantir que os trabalhadores do comércio tenham direito a um descanso adequado. Nilvo Riboldi Filho, presidente do sindicato, enfatizou a importância da defesa do fim da jornada 6 x 1, da redução da jornada de trabalho, da luta por uma vida além do trabalho aos trabalhadores e trabalhadoras e, da isenção do imposto de renda para salários abaixo de R$ 5 mil reais.

Ivanir Perrone, ex-presidente e atual tesoureira o sindicato, fez o relato da aceitação e apoio recebido dos trabalhadores nas visitas ao comércio da proposta de redução de jornada. “Todos estão interessados em saber mais, ter mais informações e, apoiam a redução. Estamos tendo uma excelente recepção e busca por mais informações, por isso temos que nos manter na luta para que esse debate seja feito!”


Design-sem-nome-938x786

Vitória: Sindesc RS conquista reajuste com aumento real para trabalhadores de escritórios e empresas contábeis no RS

Após várias rodadas de negociação, os trabalhadores e trabalhadoras de escritórios e empresas contábeis do Rio Grande do Sul alcançaram um importante avanço na campanha salarial de 2025: foi conquistado um reajuste salarial com aumento real, ou seja, acima da inflação, a criação de uma nova faixa no piso salarial para técnicos em contabilidade e a manutenção de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) pelos próximos dois anos. O reajuste foi definido em 5%, com pagamento retroativo a março, mês da data-base da categoria.

Negociação foi difícil
A conquista do aumento real não foi fácil. O setor patronal, representado pelo Sescon RS, inicialmente oferecia apenas a reposição da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), ou seja, nenhum ganho real.

Sindesc manteve a firmeza
Desde o início, o Sindesc RS se manteve firme no propósito de garantir um reajuste que representasse um passo na recuperação do poder de compra dos salários da categoria. Após muita pressão e insistência, esse objetivo foi alcançado.

“Poderia ter sido melhor? Sim. Mas estamos contentes com o resultado, pois representa um avanço. Foi o possível dentro do atual cenário e está dentro da média dos melhores reajustes do país para o nosso segmento”, avaliou Fernando Lemos, presidente do Sindesc RS.

“Precisamos continuar pressionando os empresários por mais valorização dos nossos salários, como tem feito o governo federal com a política permanente de valorização do salário mínimo nacional. Mas isso também depende da nossa capacidade de mobilização. A categoria precisa estar unida ao sindicato para transformar essa pressão em conquistas concretas”, completou. O reajuste salarial também repercute nas demais cláusulas econômicas, como o valor do vale-alimentação.

Direitos garantidos por mais dois anos
Outro ponto importante da negociação foi a manutenção de todos os direitos já conquistados na CCT pelos próximos dois anos. Entre eles estão: quebra de caixa, adicional de horas extras, adicional por tempo de serviço, vale-refeição ou alimentação, auxílio-creche, entre outros benefícios, garantidos por anos de luta do sindicato.

“Esses direitos da CCT não caíram do céu. Não foram dados pelo governo, nem por generosidade dos empregadores. São frutos da luta contínua do sindicato ao lado da categoria, e a cada negociação precisam ser defendidos e reafirmados”, afirmou o vice-presidente do Sindesc RS, Rodrigo Preuss Fonseca.

Para conhecer todas as cláusulas e conferir como ficou a contribuição sindical aprovada neste ano, acesse a CCT através deste link : https://sindesc.com.br/convencoes/.

Imagem do WhatsApp de 2024-12-11 à(s) 11.44.53_1ee3570a

Reunião da Comissão Sindical Consultiva aborda desafios trabalhistas no Vale do Sinos e Vale Paranhana

No dia 5 de dezembro de 2024, o Sindicato dos Sapateiros de Parobé sediou a reunião da Comissão Sindical Consultiva que reúne lideranças sindicais dos Vales do Sinos e Paranhana. O encontro foi marcado por debates sobre questões trabalhistas prioritárias para a região e contou com a presença de representantes de diversos sindicatos e autoridades do Ministério do Trabalho.

Uma das novidades apresentadas foi a nomeação do Sr. Vilson Roberto Ferreira como o novo Gerente do Ministério do Trabalho em Novo Hamburgo. Sua futura atuação será fundamental para atender às demandas locais dos sindicatos, especialmente no que tange à fiscalização de irregularidades e à proteção dos direitos dos trabalhadores. Uma das principais preocupações apontadas foi a recorrente falta de depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por parte de empresas, situação que tem prejudicado milhares de trabalhadores.

Também esteve presente na reunião o Sr. Claudir Nespolo, Superintendente do Ministério do Trabalho no Rio Grande do Sul. Ele destacou temas importantes em discussão nacional, como a escala 6×1, que está sendo debatida em Brasília e pode trazer mudanças significativas no próximo ano. O superintendente demonstrou preocupação com a precarização do trabalho por meio de terceirizações e reforçou a necessidade de enfrentar o dumping social, promovendo boas práticas na prestação de serviços terceirizados e garantindo condições dignas de trabalho no estado.

Outro ponto positivo anunciado por Nespolo foi a chegada de mais de 20 auditores fiscais aprovados em concurso público para atuar no Rio Grande do Sul em 2025, fortalecendo as ações de fiscalização no estado.

A reunião contou com a participação de sindicatos representativos, como os comerciários de Sapiranga, Novo Hamburgo e Taquara; os sapateiros da região; o Sindicato dos Couros de Estância Velha; e os gráficos de São Leopoldo, entre outros. Essas entidades reafirmaram a importância da articulação entre sindicatos e o Ministério do Trabalho para assegurar direitos, enfrentar irregularidades e promover um ambiente de trabalho justo.

Os debates e encaminhamentos realizados durante o encontro reforçam a necessidade de união entre sindicatos, trabalhadores e autoridades para enfrentar os desafios trabalhistas e fortalecer o trabalho decente no Rio Grande do Sul.

ELEIÇÃO (1)

Presidenta do Sintratel defende PEC da Redução da Jornada de Trabalho em Audiência Pública

A presidenta do Sindicato dos Empregados em Empresas de Telemarketing e Rádio Chamada do Estado do Rio Grande do Sul (Sintratel), Crislaine Carneiro, participou via videoconferência da audiência pública realizada nessa quarta-feira, 04/12, e organizada pela presidenta da Comissão de Direitos Humanos, Minoria e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados, Daiana Santos. O principal tema do encontro foi a PEC da Redução da Escala e da Jornada de Trabalho, apresentada pela deputada Erika Hilton. Segundo Crislaine, a proposta representa uma transformação fundamental na organização do trabalho e das relações humanas no Brasil, promovendo dignidade, qualidade de vida e um equilíbrio maior na sociedade.

A presidenta enfatizou que as longas jornadas de trabalho afetam negativamente a saúde mental, o bem-estar físico e a vida social dos trabalhadores. “Não é à toa que o Brasil lidera índices globais de transtornos mentais relacionados ao trabalho, segundo a Organização Mundial da Saúde”, destacou. Dados alarmantes foram apresentados, incluindo um aumento de quase 1000% nos afastamentos por burnout em uma década no Brasil, com consequências diretas para o SUS, a Previdência Social e o setor produtivo, que absorve os custos dos primeiros dias de afastamento.

Crislaine reforçou que a situação é ainda mais grave quando analisada sob a perspectiva de gênero. Pesquisa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) revelou que 72% dos trabalhadores brasileiros sentem-se esgotados mental e fisicamente, e 32% apresentam sintomas de depressão relacionados ao trabalho. Ela também destacou que o Brasil lidera a prevalência de ansiedade no mundo, afetando 9,3% da população, e ocupa o terceiro lugar no índice global de saúde mental.

Citando dados do relatório “Diretrizes sobre Saúde Mental no Trabalho”, da OMS, e uma nota conjunta da OMS e da OIT, Crislaine destacou que a redução das jornadas de trabalho é uma medida amplamente recomendada para melhorar a saúde mental dos trabalhadores. “A PEC não é apenas sobre horas de trabalho; é sobre saúde, dignidade e direitos humanos”, afirmou.

Ela criticou os argumentos contrários à PEC, classificando-os como “anacrônicos” e comparando-os aos utilizados contra conquistas históricas como o salário mínimo e o 13º salário. “Nós ouvimos as mesmas ideias retrógradas em 1988, quando conquistamos a redução da jornada de trabalho. Agora, é hora de garantir na lei essas mudanças necessárias.”

Finalizando sua participação, Crislaine reafirmou o compromisso do movimento sindical com a negociação de acordos e convenções coletivas para a redução da jornada e da escala de trabalho, mesmo após essas negociações terem perdido força com o advento da reforma trabalhista, que somente com a revogação dela é possível ter mais chances de sucesso. Hoje, uma redução de jornada só acontecerá por meio de lei. No entanto, a presidenta do Sintratel enfatizou que a garantia legal é essencial para avançar rumo a um ambiente de trabalho mais justo e saudável. “Estamos falando da expectativa de vida dos trabalhadores e de uma vida além do trabalho.”