Comércio

Conflito normativo e trabalho aos domingos e feriados no comércio

O duradouro imbróglio em torno da Portaria 3.665/2023 do Ministério do Trabalho vem sendo tratado com pouca análise técnica em veículos da mídia, tanto tradicional, como especializada, e em redes sociais. Esta portaria visa a revogar diversos itens que concediam “autorização permanente para trabalho em domingos e feriados” em atividades do comércio na Portaria 671/2021.

Segundo o discurso comum sobre as disposições da Portaria 3.665, cuja vigência foi novamente prorrogada, ela estaria alterando a ordem jurídica e passaria a proibir o trabalho aos domingos e feriados nessas atividades do comércio. As duas conclusões estão incorretas. Como se verá a seguir, ela não altera a regra vigente para o trabalho aos domingos e feriados no comércio, assim como não o proíbe.

Equívoco em relação à Portaria 671

A principal causa do equívoco parte em achar que a Portaria 671 tinha validade para regular o que se propôs ao conceder autorização permanente para trabalho aos domingos e feriados em atividades do comércio. Ela nunca teve. De fato, o instrumento serve para regulamentar a regra inscrita no artigo 10, parágrafo único, da Lei 605/1949, o qual prevê que ato do Poder Executivo (no caso, a Portaria 671) especificará as empresas que, pelas exigências técnicas (razões de ordem econômica, condições peculiares à atividade da empresa e interesse público), tornem indispensáveis a continuidade do serviço.

Ocorre que o legislador, muitas décadas mais recentemente, regulou de forma específica o trabalho aos domingos e feriados no comércio, pelos artigos 6º e 6º-A da Lei 10.101/2000. Estes dispositivos legais preveem a autorização para trabalho aos domingos, respeitada a legislação municipal, e condicionando o trabalho em feriados à celebração de convenção coletiva de trabalho, igualmente respeitada a legislação municipal.

Ao assim agir, o legislador criou um “direito especial” no que diz respeito ao trabalho aos domingos e feriados no comércio, em detrimento do “direito comum” da Lei 605. Ou seja, nas palavras da clássica obra de Carlos Maximiliano, a Lei 10.101, específica do trabalho nas atividades do comércio, “abrange relações que, pela sua índole e escopo, precisam ser subtraídas ao direito comum. […] A sua matéria é, na íntegra, regulada de modo particular, subtraída ao alcance das normas civis, subordinada a preceitos distintos” (o autor estava usando o direito civil como exemplo, por isso “normas civis” na citação).

Entendimento do TST

O Tribunal Superior do Trabalho também assim entendeu. Em todos os casos em que se deparou com um aparente conflito normativo entre as disposições da Portaria 671, que autorizaria de forma incondicionada o trabalho em atividades do comércio em domingos e feriados, com a Lei 10.101, sempre decidiu pela preponderância das regras legais sobre as regulamentares.

Em pesquisa junto ao sistema Falcão de jurisprudência com os termos “portaria +671 +feriado +comércio” e selecionando os acórdãos que de alguma forma enfrentaram o mérito e consignaram, pelo menos, a alegação patronal relativa à autorização da Portaria 671, todos os resultados foram favoráveis a aplicação das exigências da Lei 10.101.

Dessa forma, conclui-se que a Portaria 3.665 não implica em uma mudança nas regras do trabalho aos domingos e feriados no comércio, mas apenas revoga dispositivos já considerados ilegais da Portaria 671, que se propôs a regular matéria que não estava no escopo do poder regulamentar do Executivo, pois trata de matéria que foi excluída do âmbito de aplicação da Lei 605.

Da mesma forma, a Portaria 3.665 não tem o escopo de proibir o trabalho nessas atividades em domingos e feriados. Pelo contrário, da leitura dos artigos 6º e 6º-A da Lei 10.101 se vê com clareza que basta o respeito à legislação municipal para o trabalho aos domingos e, para os trabalhos em feriados, também a autorização em convenção coletiva de trabalho.

Fonte: Consultor Jurídico.

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FECOSUL parabeniza Sindicato dos Comerciários de Bagé por eleição com ampla participação e expressiva vitória da chapa eleita

A Federação dos Comerciários do Rio Grande do Sul (FECOSUL) parabeniza o Sindicato dos Empregados no Comércio de Bagé pela realização democrática de seu processo eleitoral, ocorrido nesta segunda-feira. Com 920 sócios aptos ao voto, o sindicato registrou a participação de 625 trabalhadores e trabalhadoras da base. A chapa eleita obteve 611 votos, conquistando impressionantes 97,76% dos votos válidos. Outros 14 votos foram em branco.

A FECOSUL saúda a presidenta Mara e toda a sua diretoria eleita, desejando uma gestão firme, comprometida e vitoriosa no triênio 2025/2028. “Esse resultado reflete o reconhecimento da categoria ao trabalho que vem sendo feito e fortalece ainda mais a luta sindical na região da Fronteira Oeste”, destacou o presidente da FECOSUL, Guiomar Vidor.

A Federação reafirma seu total apoio ao sindicato de Bagé e coloca-se à disposição para seguir unida nas lutas em defesa dos direitos, da valorização profissional e da dignidade dos comerciários e comerciárias do município. Juntos, seguimos firmes na construção de um sindicalismo forte e atuante em todo o Rio Grande do Sul.

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CTB RS participa de Seminário sobre Trabalho Escravo, Tráfico de Pessoas e Vulnerabilidade Migratória promovido pelo TRT4

Na última sexta-feira, 4 de julho, a CTB RS esteve presente no Seminário sobre Trabalho Escravo, Tráfico de Pessoas e Vulnerabilidade Migratória, promovido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4) e pela Escola Judicial do TRT4. A atividade ocorreu de forma virtual e reuniu autoridades de diversas instituições do sistema de justiça e de organismos internacionais.

Representando a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Rio Grande do Sul (CTB RS) e a Federação dos Comerciários do RS (FECOSUL), a diretora do Pleno, Izane Mathos, acompanhou as exposições e debates do seminário, que trouxe importantes reflexões sobre as formas de enfrentamento às violações de direitos humanos e trabalhistas em contextos de exploração e migração forçada.

As palestras contaram com especialistas do Tribunal de Justiça do RS (TJ-RS), TRT4, Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), além da Organização Internacional para as Migrações (OIM/ONU). Os participantes compartilharam experiências concretas sobre ações de fiscalização, abordagens, resgates e acolhimentos de vítimas, além dos riscos enfrentados por pessoas em situação de vulnerabilidade social.

O seminário ressaltou a gravidade de crimes como o trabalho escravo e o tráfico de pessoas, práticas que seguem afetando milhares de brasileiros e migrantes no país. Também destacou a importância de políticas públicas eficazes, da atuação articulada entre os órgãos de proteção e da mobilização social para identificação, denúncia e combate a essas violações.

Para a CTB RS, iniciativas como esta são fundamentais para ampliar o conhecimento, fortalecer o enfrentamento institucional e conscientizar a sociedade. São crimes que violam profundamente os direitos humanos e trabalhistas. A sociedade precisa estar atenta e mobilizada para proteger as vítimas e garantir justiça social e igualdade.

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FECOSUL participa do lançamento do Plebiscito Popular no RS

Em uma noite fria em Porto Alegre, o Rio Grande do Sul deu início à sua mobilização em defesa de mais justiça social e valorização do trabalho. Nesta terça-feira, 1º de julho, no auditório da Casa dos Bancários, foi oficialmente lançado o Plebiscito Popular RS, iniciativa que busca ouvir a população sobre temas urgentes para a vida da classe trabalhadora. A FECOSUL marcou presença no evento, ao lado da CTB RS, CUT, Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, além de outras centrais, partidos e movimentos sociais.

A campanha propõe a consulta pública sobre quatro grandes temas: a redução da jornada de trabalho sem redução de salário; o fim da escala 6×1; a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil; e a taxação dos super-ricos. São pautas que, apesar de já estarem protocoladas no Congresso Nacional, enfrentam forte resistência da maioria conservadora e insensível às demandas populares.

Durante o lançamento, foi destacada a importância da mobilização popular como ferramenta de pressão e transformação. O secretário de comunicação da FECOSUL, Vitor Espinoza, avaliou o momento como estratégico:

“Estamos diante de uma oportunidade concreta de mobilizar a sociedade em torno de propostas que melhoram a vida de quem mais precisa. A FECOSUL acredita no poder do povo organizado e estará ao lado de cada trabalhador e trabalhadora nesta luta por mais justiça, dignidade e direitos.”

Participação ativa e descentralizada

O plebiscito acontecerá em todo o Brasil até o dia 7 de setembro, com votação presencial e online. Urnas físicas serão instaladas em sindicatos, praças, igrejas, escolas, terminais de transporte e locais de trabalho. Também será possível votar pelo site oficial:
👉 www.plebiscitopopular.org.br

O resultado da votação será entregue aos Três Poderes, como um recado direto do povo sobre o país que queremos.

Um passo em direção ao poder popular

Para a FECOSUL, o Plebiscito Popular vai além da consulta: é um processo de formação, engajamento e organização da classe trabalhadora. Por isso, convoca seus sindicatos filiados a construírem comitês, promoverem debates e garantirem ampla participação nas urnas.

“É hora de mostrar que a democracia se fortalece nas ruas, nos locais de trabalho e nos espaços onde o povo se organiza. Vamos juntos e juntas construir um Brasil mais justo, solidário e comprometido com quem vive do trabalho.”

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FECOSUL participa de reunião da CNTC em Brasília e reforça luta por jornada digna e valorização dos trabalhadores do comércio e serviços

Representantes de Federações e Sindicatos dos Empregados no Comércio e Serviços de todo o país estiveram reunidos nesta terça-feira (1/7), na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), em Brasília, para debater estratégias de atuação unificada frente aos desafios e retrocessos enfrentados pela categoria.

A FECOSUL marcou presença no encontro por meio do seu presidente, Guiomar Vidor, que também é vice-presidente da CNTC. Entre os principais pontos da pauta estiveram o apoio às iniciativas legislativas que garantem direitos históricos e condições dignas de trabalho, como a jornada 5×2 e a redução da carga horária sem redução de salários — bandeiras que têm sido defendidas nos Projetos de Lei 67/2025, da deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS), e na PEC 148/2015, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS).

Outro projeto destacado durante a reunião foi o que propõe a correção da tabela do Imposto de Renda para isentar os salários de até R$ 5 mil, defendido pelo governo do presidente Lula. A proposta é vista pelas entidades como fundamental para aliviar a carga tributária sobre os trabalhadores assalariados.

Também esteve em debate o avanço da precarização nas relações de trabalho, especialmente através de mecanismos como a terceirização irrestrita, a pejotização e o contrato intermitente. Os dirigentes reforçaram a necessidade de medidas concretas para frear esse processo que tem penalizado milhares de trabalhadores do setor.

A portaria nº 3665, que trata da regulamentação do trabalho em feriados, também foi objeto de críticas devido ao seu adiamento. Os representantes sindicais avaliaram que o governo precisa dar celeridade à regulamentação com garantias reais de proteção à classe trabalhadora.

A reunião ainda apreciou uma proposta de alteração estatutária da CNTC, com foco na autorregulamentação da categoria e no fortalecimento das entidades sindicais do sistema confederativo, como forma de responder com mais organização e força aos desafios do setor.

Para Guiomar Vidor, “é essencial que as entidades sindicais avancem na construção de uma agenda coletiva forte, que coloque no centro a valorização do trabalho e a defesa de direitos ameaçados pela lógica da precarização. A unidade nacional é a nossa principal ferramenta de resistência e conquista”.

A FECOSUL segue comprometida com a mobilização nacional em defesa dos trabalhadores e na articulação de políticas públicas que promovam justiça social e valorização profissional no setor do comércio e serviços.

Plebiscito

CTB RS convoca classe trabalhadora a participar do Plebiscito Popular por um Brasil mais justo

Na noite desta terça-feira, 1º de julho, será lançado oficialmente no auditório da Casa dos Bancários, em Porto Alegre, o Plebiscito Popular RS, iniciativa que busca mobilizar a sociedade gaúcha em torno de pautas fundamentais para a classe trabalhadora. A atividade tem início às 18h30, na sede do SindBancários.

A CTB RS se soma às Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, à CUT e a diversas outras centrais sindicais, partidos e movimentos sociais na construção dessa ampla campanha nacional. O plebiscito propõe a consulta popular sobre a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, o fim da escala 6×1, a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação dos super-ricos — medidas que atacam a desigualdade social e valorizam quem vive do trabalho.

Apesar de alguns desses temas já estarem protocolados no Congresso Nacional — como a PEC da escala 6×1, de autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), e o projeto de reforma tributária do governo federal —, a falta de avanço nas votações mostra o desinteresse da maioria parlamentar em atender às demandas do povo.

Mobilização em todo o país

A campanha terá continuidade ao longo dos próximos meses, com destaque para as atividades do Grito dos Excluídos, durante a Semana da Pátria (1 a 7 de setembro). Comitês serão organizados em bairros, sindicatos, escolas e locais de trabalho e moradia. Além disso, haverá formação de militantes para fortalecer o trabalho de base e a educação popular.

Durante o período de votação, urnas físicas estarão espalhadas em praças, sindicatos, igrejas, terminais de transporte e outros espaços públicos. Também será possível votar pela internet, no site oficial:
👉 www.plebiscitopopular.org.br

No SindBancários, será instalada uma urna para votação em papel.

Os resultados serão sistematizados e entregues em Brasília aos Três Poderes como demonstração concreta da vontade popular.

Fortalecer a democracia, garantir direitos

A CTB RS reforça o chamado à militância, aos sindicatos filiados e a todas as forças democráticas para que se engajem na campanha. O Plebiscito Popular é mais que uma consulta: é um instrumento de educação política e construção de poder popular.

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FECOSUL parabeniza Sérgio Neves pelo título de Cidadão de Bento Gonçalves

A Federação dos Comerciários do Rio Grande do Sul (FECOSUL) parabeniza o líder sindical Sérgio Marino Ribeiro Neves, agraciado na noite desta quarta-feira (25) com o Título de Cidadão de Bento Gonçalves, a mais alta honraria concedida pela Câmara de Vereadores do município. A homenagem reconhece a trajetória de vida e o trabalho incansável de Sérgio em defesa dos direitos dos trabalhadores e pelo desenvolvimento social da cidade.

Natural de São Borja, mas radicado em Bento Gonçalves há mais de 50 anos, Sérgio Neves é uma das principais lideranças sindicais da região. Atuante no Sindicato dos Empregados no Comércio de Bento Gonçalves, tem longa história de dedicação à categoria comerciária, sendo referência em diálogo, construção coletiva e compromisso com a justiça social.

A cerimônia contou com a presença de diversas autoridades políticas, sindicais e comunitárias, como o vice-prefeito Amarildo Lucatelli, vereadores, secretários municipais, representantes do PSDB, Fecomércio, UGT-RS, Abraçaí, Movimento Negro Raízes, Sesc, Senac, além de lideranças sindicais de todo o estado. O presidente da FECOSUL, Guiomar Vidor, também esteve presente e destacou a importância da trajetória de Sérgio:

“Sérgio Neves é um símbolo de resistência, coerência e compromisso com a causa dos trabalhadores. Sua história é um exemplo de como a luta sindical pode transformar a realidade de uma cidade. A FECOSUL se orgulha imensamente de tê-lo entre seus quadros e celebra, junto com ele, esse merecido reconhecimento.”

Emocionado, Sérgio agradeceu a homenagem e afirmou que o título é uma conquista coletiva: “Essa honraria não é apenas minha. É de todos que acreditam na importância da luta pelos direitos dos trabalhadores e pelo desenvolvimento social e econômico de Bento Gonçalves”, afirmou.

A FECOSUL reitera seu orgulho por essa conquista e reforça seu compromisso em seguir valorizando lideranças que, como Sérgio Neves, dedicam suas vidas a construir um futuro mais justo e digno para todos.

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 Recriação da Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres: conquista de uma década de luta incansável

A Fecosul e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Rio Grande do Sul (CTB RS) celebram, ao lado dos movimentos de mulheres e das bancadas progressistas da Assembleia Legislativa, a decisão do governador Eduardo Leite de recriar a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM). A confirmação, feita no dia 25/6 no Palácio Piratini, encerra um hiato de dez anos iniciado com o desmonte da pasta em 2015 e coroa uma mobilização permanente da CTB RS e dos movimentos sociais e populares para que o Estado voltasse a ter uma estrutura dedicada à proteção e à promoção dos direitos das mulheres gaúchas.

Vitória forjada nas ruas e no Parlamento

Desde que a SPM foi extinta pelo governo José Ivo Sartori, a luta pela sua recriação vem sendo feita através de caravanas, audiências públicas, atos de rua, campanhas digitais. A ofensiva se intensificou após o dramático aumento dos feminicídios — apenas no último feriado de Páscoa, 10 mulheres foram assassinadas no Rio Grande do Sul.

“A recriação da secretaria é fruto direto da luta popular. A CTB RS esteve em cada marcha, em cada debate, em cada audiência cobrando respostas concretas. Hoje celebramos, mas já cobramos: é preciso orçamento robusto e articulação efetiva da rede de atendimento”, afirma Guiomar Vidor, presidente da CTB RS.

Articulação feminina na Assembleia foi decisiva

A moção apresentada pela deputada Bruna Rodrigues (PCdoB) e abraçada pelas 11 parlamentares estaduais impulsionou a retomada da SPM. Na visão da deputada Stela Farias (PT), coordenadora da Força-Tarefa contra o Feminicídio, a recriação corrige “o período mais sombrio para as políticas públicas de enfrentamento à violência de gênero no Estado”. Já Laura Sito (PT) alerta que, sem recursos, a estrutura não se traduzirá em proteção real para as mulheres.

A CTB RS reforça essa preocupação: “Não basta a placa na porta; é preciso garantir psicólogos, assistentes sociais, tornozeleiras eletrônicas funcionando e ações de prevenção em cada município”, ressalta Vidor.

Próximos passos: orçamento, integração e participação social

A Central defenderá, na tramitação do novo organograma do governo e na Lei Orçamentária de 2026, recursos específicos para:
•⁠ ⁠Expansão da rede de abrigos e casas de passagem em todo o RS;
•⁠ ⁠Capacitação continuada de servidores das áreas de segurança, saúde e assistência social;
•⁠ ⁠Monitoramento efetivo de agressores por meio do uso integral das tornozeleiras eletrônicas já disponíveis;
•⁠ ⁠Campanhas permanentes de prevenção ao machismo e à violência de gênero em escolas e locais de trabalho.

Compromisso permanente

A CTB RS reafirma que continuará vigilante para que a SPM volte a ser referência nacional em políticas de igualdade. “Seguiremos nas ruas, nos locais de trabalho e dentro do Parlamento para garantir que cada mulher gaúcha tenha o direito de viver sem medo”, conclui Vidor.

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FECOSUL repudia aprovação de Lei que libera comércio aos domingos e feriados em Sapiranga

A Federação dos Empregados no Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (FECOSUL) manifesta total apoio ao Sindicato dos Empregados no Comércio de Sapiranga e repudia de forma veemente a aprovação do Projeto de Lei nº 116/2025 pela Câmara de Vereadores do município, sancionado pela prefeita Carina Nath.

A nova lei autoriza a abertura irrestrita do comércio em domingos e feriados, sem qualquer diálogo com os(as) trabalhadores(as), suas representações sindicais ou mesmo com os próprios comerciantes associados ao CDL local. Trata-se de uma medida unilateral, que atropela a negociação coletiva e ignora a realidade da categoria, especialmente das mulheres comerciárias, que não contam com creches nesses dias e enfrentam desafios imensos para conciliar trabalho com vida familiar.

Ao desconsiderar o papel das convenções coletivas e impor uma mudança sem construção democrática, a Prefeitura e a Câmara Municipal de Sapiranga ferem frontalmente os princípios do diálogo social e promovem o retrocesso nas relações de trabalho. A lei não garante geração de novos empregos e tampouco melhoria nas condições de trabalho — ao contrário, precariza ainda mais o setor, comprometendo o descanso, o convívio familiar e a saúde física e mental dos(as) comerciários(as).

A FECOSUL defende que qualquer proposta que envolva a abertura do comércio em feriados e domingos deve, obrigatoriamente, prever acordo coletivo entre empregadores e trabalhadores. Sem essa salvaguarda, estamos diante de uma afronta à dignidade e aos direitos de quem sustenta a economia com sua força de trabalho.

Reafirmamos nossa solidariedade ao Sindicomerciários de Sapiranga e chamamos a sociedade a refletir: não há desenvolvimento sem justiça social e respeito a quem trabalha.

LEIA A NOTA DO SINDICATO

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FECOSUL defende nova portaria para regulamentar o trabalho aos feriados no comércio

O presidente da Federação dos Empregados no Comércio de Bens e de Serviços do Rio Grande do Sul (FECOSUL) e vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), Guiomar Vidor, defendeu a edição de uma nova portaria que substitua as normativas nº 671/2021 e nº 3.665/2023, que tratam do trabalho nos feriados no setor do comércio.

A manifestação ocorre em meio às discussões sobre a entrada em vigor da Portaria nº 3.665/2023, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), prevista para o dia 1º de julho de 2025. A normativa foi elaborada para corrigir distorções legais da portaria anterior, mas enfrentou forte resistência de setores empresariais, da mídia e de parte do parlamento, o que levou a sua suspensão por cinco vezes.

Vidor, que representou a CNTC no Fórum Nacional Tripartite instituído pelo MTE em 2023, destacou que o melhor caminho é a publicação de uma nova portaria, baseada na proposta consensual construída nesse espaço de diálogo. Segundo ele, essa proposta reflete equilíbrio, fortalece a negociação coletiva e assegura segurança jurídica para todos os envolvidos.

“A proposta consensuada representa um avanço importante. Garante o funcionamento de serviços essenciais à população, como farmácias, padarias e postos de combustíveis, e, ao mesmo tempo, respeita o que determina a legislação brasileira: o trabalho em feriados no comércio em geral só pode ocorrer mediante convenção coletiva, como define o Art. 6º-A da Lei 10.101/2000”, afirmou.

Para Vidor, a adoção do texto acordado no Fórum é essencial para evitar judicializações, preservar direitos e dar previsibilidade ao funcionamento do comércio em feriados civis e religiosos.


ENTENDA O CASO:

  1. Lei 605/1949 e Decreto 27.048/1949Em janeiro de 1949, foi criada a Lei 605, que regulamentou o descanso semanal remunerado de 24 horas consecutivas, preferencialmente aos domingos e nos feriados civis e religiosos. Esta lei foi regulamentada pelo Decreto 27.048/49, que estabeleceu quais empresas, por exigências técnicas ou interesse público, poderiam empregar mão de obra nesses dias.
  2. Avanço nas negociações durante o segundo governo Lula (2007)Em 2007, foi criada uma mesa nacional de negociação tripartite que, além de tratar do trabalho aos domingos, abriu caminho para o trabalho aos feriados no comércio varejista em geral.O trabalho aos domingos passou a depender apenas de legislação municipal, com limitação de domingos trabalhados. Já o trabalho aos feriados passou a exigir dupla autorização: previsão em legislação municipal ecelebração de Convenção Coletiva de Trabalho.Isso foi consolidado na Lei 11.603/2007, que adicionou o Art. 6º-A à Lei 10.101/2000, estabelecendo que:

“É permitido o trabalho em feriados nas atividades do comércio em geral, desde que autorizado em convenção coletiva de trabalho e observada a legislação municipal, nos termos do inciso I do caput do art. 30 da Constituição Federal.”

  1. Portaria 671/2021 (governo Bolsonaro)Em 2021, o governo Bolsonaro editou a Portaria nº 671, que revogou o Decreto 27.048/49 e liberou o trabalho nos feriados no comércio por meio de simples acordo individual entre empregador e empregado — medida que confrontou o Art. 6º-A da Lei 10.101/2000.A Justiça do Trabalho, acionada sobre o tema, invalidou a mudança, reafirmando, em todas as instâncias, a necessidade de negociação coletiva, uma vez que uma portaria não pode contrariar uma lei federal.
  2. Portaria 3.665/2023 (governo Lula)Em 2023, o ministro Luiz Marinho publicou a Portaria nº 3.665, com o objetivo de corrigir as ilegalidades da portaria anterior. No entanto, após pressão de setores empresariais, da mídia e do parlamento, sua vigência foi suspensa cinco vezes. A atual previsão de entrada em vigor é 1º de julho de 2025.
  3. Proposta de consenso no Fórum Tripartite (2023–2024)Diante das controvérsias, o MTE criou, em novembro de 2023, uma comissão tripartite com 10 representantes dos trabalhadores (CNTC e centrais sindicais) e 10 dos empregadores (indicados pela CNC – Confederação Nacional do Comércio).Após cinco rodadas de negociação, em 24 de janeiro de 2024, foi elaborada uma proposta de consenso em substituição às Portarias nº 671/2021 e nº 3.665/2023.A proposta:
  • Define as atividades essenciais que se enquadram nas exceções do Art. 8º da Lei 605/1949;
  • Mantém a exigência de Convenção Coletiva para o trabalho em feriados no comércio em geral, conforme o Art. 6º-A da Lei 10.101/2000.

VEJA A NOTA DA FECOSUL: