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Dia do comerciário: ontem e hoje, a mesma Luta. Mais tempo para viver com direitos e dignidade – Por Guiomar Vidor

No dia 30 de outubro de 1932, a história da classe trabalhadora brasileira foi profundamente marcada pelo protagonismo da categoria comerciária. Naquele momento, os comerciários e comerciárias do Rio de Janeiro protagonizaram uma greve histórica que conquistou, por meio de um decreto do presidente Getúlio Vargas, dois direitos fundamentais: a jornada de oito horas diárias e o descanso semanal remunerado aos domingos — a famosa escala 6×1.

A vitória dos comerciários não foi apenas uma conquista de categoria; foi um marco civilizatório. A partir dela, todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil passaram a ter reconhecido o direito ao descanso semanal e à limitação da jornada. O Decreto-Lei nº 4.042/32, publicado no Diário Oficial da União em 30 de outubro, consolidou um novo tempo para a classe trabalhadora — por isso, essa data se tornou o Dia do Comerciário e da Comerciária.

De ontem para hoje: o fio da luta que segue

Décadas depois, seguimos reconhecendo a força daquela mobilização de 1932. Os comerciários foram pioneiros em mostrar que, sem luta, não há avanço social. Nos anos 1940, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Lei 605/49 reafirmaram e ampliaram direitos. Já em 2013, no governo Dilma Rousseff, a Lei 12.790 regulamentou definitivamente a profissão de comerciário, coroando um processo de décadas de organização e resistência.

Mas a história também foi marcada por retrocessos. Nas décadas de 1990 e 2000, sob o peso das políticas neoliberais, os trabalhadores sofreram duros golpes, a chamada reforma trabalhista de 2017 trouxe a ampliação da jornada aos domingos, flexibilização de direitos e precarização das condições de trabalho. Ainda assim, a categoria resistiu. E, durante a pandemia, mostrou novamente sua importância — mantendo o atendimento à população mesmo nos momentos mais difíceis, garantindo o funcionamento do comércio e sustentando a economia do país.

Uma nova conquista à vista: a escala 5×2

Hoje, assim como em 1932, os comerciários e comerciárias voltam a erguer sua bandeira por mais tempo para viver. A luta pela escala 5×2 e pela jornada semanal de 40 horas é o passo seguinte na caminhada histórica pela dignidade e pela vida com direitos. Queremos garantir o que a luta de 1932 iniciou: o direito ao descanso, à convivência com a família, ao lazer, ao estudo e à saúde.

A conquista da escala 5×2 é um dos grandes anseios atuais da sociedade e representará uma nova vitória da civilização sobre a exploração. Uma jornada mais humana é uma jornada que reconhece que o trabalho deve servir à vida — e não o contrário. O Projeto de Lei 67/2025, da deputada federal Daiana Santos representa essa mudança e ganhou força após a notícia de que poderá ser encampado e defendido pelo governo Lula.

Viver com dignidade é o nosso objetivo

Neste 30 de outubro, a Fecosul e os Sindicatos dos Comerciários do Rio Grande do Sul homenageiam todas e todos os profissionais que, com dedicação e esforço, constroem diariamente o desenvolvimento do nosso Estado e do nosso país. Que o espírito de 1932 continue nos inspirando a lutar — agora, pela conquista de uma vida que caiba em mais do que o trabalho.

Ontem, 6×1 foi conquista. Hoje, 5×2 é a nossa bandeira. Porque viver com dignidade é o maior direito de todos os trabalhadores e trabalhadoras.

GUIOMAR VIDORPresidente da FECOSUL e vice-presidente da CNTC

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Gigantes do varejo gaúcho adotam jornada 5×2 para reter e atrair mão de obra

Duas grandes varejistas gaúchas estão adotando jornada de trabalho diferente do que domina o setor. E a razão? A dificuldade de preencher vagas e reter pessoas. A Comercial Zaffari, de Passo Fundo, segunda maior supermercadista do Estado e dona da bandeira Stok Center, e a rede de eletrodomésticos e materiais de construção Quero-Quero começaram a implementar escalas de 5×2 em vez de 6×1, que domina o comércio.

O atrativo para os empregados é poder ter folgas seguidas, seja no fim de semana ou em dias de semana. A carga horária de 44 horas semanais se mantém, seguindo a regra prevista da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

A informação foi repassada para a coluna Minuto Varejo pela Federação dos Empregados no Comércio de Bens e Serviços (Fecosul) e pelo sindicato da categoria em Lajeado, no Vale do Taquari, onde a jornada já está em vigor.

No atacarejo Stok Center, a escala de 5×2 para preencher vagas foi adotada para a filial aberta em junho na cidade. O presidente do Sindicomerciários de Lajeado, Marco Daniel Rockenbach, diz que a oferta partiu da própria empresa. A entidade havia prevenido o grupo que, com o salário e a jornada 6×1 e ainda aos domingos, a Comercial não conseguiria candidatos. Um motivo extra na região é que as redes de varejo rivalizam com as indústrias, com remuneração superior e ainda folgas em fins de semana.

“Há grande falta de mão de obra, e a indústria é nossa grande concorrente, como em avicultura e doces”, cita o sindicalista de Lajeado. “O Stok Center achava que ia ser fácil conseguir candidatos, avisamos que tinha de pagar além do piso e ter diferenciais, como rotação de folgas, incluindo sábados”, cita o presidente do sindicato.

“Esperamos que mais redes busquem o mesmo caminho. Virou um grande atrativo. Os trabalhadores querem folga dupla”, reforça Rockenbach. A Comercial adotou o 5×2 na nova loja e ainda subiu um pouco o piso, diz o sindicalista. O grupo não respondeu ao questionamento da coluna sobre a medida.

O setor de supermercados é um dos campeões em rotatividade de mão de obra. A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) fala em mais de 60%. Os contratados saem após o período de experiência. “Tem gente que troca de empresa por R$ 50,00 a mais”, conta o sindicalista de Lajeado.

O novo esquema também seduz gerações mais novas, que são as que mais trocam de local de trabalho. “Os mais jovens não querem trabalhar sábado de tarde e domingo. Querem mais liberdade”, avisa o dirigente local.

O presidente da Agas, Lindonor Peruzzo Junior, acompanha o movimento das redes: “É uma estratégia que cada empresa está montando devido à dificuldade total de contratar e reter pessoas”, diz Peruzzo Jr, validando que a saída também busca contrapor a disputa de mão de obra com as indústrias.

Na Quero-Quero, a jornada 5×2 começou em outubro em duas lojas de Lajeado de forma piloto em Lajeado, após acordo com o sindicato, porque altera as condições anteriores. No Stok Center, não houve acordo pois foi na contratação.

“Eles (Quero-Quero) vão fazer rodízio com as pessoas, incluindo folgas na semana, para que todos tenham folga dupla em uma semana no mês. A ideia é que a pessoa possa se programar no mês”, explica o sindicalista. “Estão focando em unidades com turnover maior”.

Na região de atuação do sindicato em Lajeado, englobando oito cidades, Rockenbach diz que há 800 a mil vagas abertas com dificuldade para serem preenchidas. São 400 a 500 somente no comércio. O Via, do grupo Passarela, será aberto com previsão de 150 empregos. O grupo catarinense enfrentou problemas para reter funcionários no Lajeado Shopping. O dirigente local diz que fez alerta sobre a futura operação.

“Penso que 40 horas e escala 5×2 é o caminho mais adequado no momento para depois avançarmos para busca de uma jornada menor”, aposta Guiomar Vidor, presidente do Fecosul, que espera mais adesões de empresas ao esquema de mais folgas na semana.

A legislação trabalhista prevê número mínimo de folgas no mês, mas nem sempre o descanso é concedido dentro dos sete dias corridos da semana. Isso já gerou críticas e reações de categorias em segmentos que abrem de segunda a segunda, como supermercados e farmácias. O Grupo Zaffari, o líder do setor, foi alvo de manifestações e campanha, que inseriu a pauta da jornada. O grupo fez mudanças na rotina de trabalho, segundo apurou o Minuto Varejo.

FONTE: Jornal do Comércio

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Trabalhadores da Cooperagri terão reajuste salarial com ganho real

O Sindicato dos Empregados no Comércio de Taquari e Região assinou o novo acordo coletivo para os trabalhadores da Cooperativa Agroindustrial São Jacó – Cooperagri. O documento garante aumento real de salários e terá validade de dois anos.

Com isso, o piso de efetivação salarial será de R$ 2.100,00. Para quem ganha acima do piso, o reajuste salarial será de 5%. Os valores valem a partir de 1º de janeiro e as diferenças salariais serão pagas junto com o salário pago até o 5º dia útil de novembro.  

Para o ano de 2026, todos os salários serão reajustados pelo INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor acrescidos de 0,5%.

Cláusulas Sociais

Entre os benefícios conquistados aos trabalhadores que estão contidos no acordo coletivo estão:

Auxílio Creche: Benefício pago para trabalhadores com filhos até seis anos de idade. O valor será de 8% do piso salarial. 

Prêmio Assiduidade: Valor de R$ 200,00 para quem não faltar ou chegar atrasado no decorrer do mês. Pagamento via cartão alimentação.

Prêmio dia do comerciário: Em comemoração ao dia 30 de outubro, cada trabalhador receberá uma premiação de R$ 100,00 para os trabalhadores. Em 2026, esse prêmio será de R$ 250,00. O prêmio será pago via cartão alimentação.

Ajuda de Custo de Transporte: Os trabalhadores que não utilizam o transporte público para chegar ao trabalho terão direito a uma ajuda de R$ 130,00, que também será depositado no cartão alimentação.

Ajuda Alimentação – Trabalhadores receberam auxílio de R$ 400,00 durante o período de férias e licença maternidade. Valor calculado proporcionalmente aos dias de férias. O Benefício entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026.

Quebra de caixa: Adicional de 10% do piso para trabalhadores que trabalham na função de caixa.

Quinquênio: Adicional de 2% do salário a cada 5 anos de empresa.

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FECOSUL e CTB RS participam de manifestação em apoio ao SEEACOM-RS na defesa da formação para CNH

A Federação dos Empregados no Comércio do RS (FECOSUL) e a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB RS) estiveram presentes expressando seu apoio ao SEEACOM-RS (Sindicato dos Empregados de Agentes Autônomos no Comércio do RS) no protesto contra a proposta do Ministério dos Transportes que pretende tornar facultativas as aulas obrigatórias para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Protesto em Porto Alegre: mobilização pela educação no trânsito

Na manhã desta quinta-feira, 16/10, Dia Nacional do Instrutor de Trânsito, trabalhadores e trabalhadoras de autoescolas da região Metropolitana e da Serra realizaram uma carreata saindo do Laçador até a Praça da Matriz, em Porto Alegre. Em seguida, os manifestantes entregaram um manifesto à deputada estadual Laura Sito, da Assembleia Legislativa do RS, e se reuniram com a Casa Civil no Palácio Piratini. 

A proposta que está em consulta pública — com prazo até 2 de novembro — prevê que, para obtenção da CNH, deixem de ser exigidas aulas teóricas e práticas em centros de formação de condutores (CFCs), e que bastasse passar no exame prático. 

Principais preocupações: emprego, qualidade e segurança

No manifesto intitulado “Em Defesa da Vida, do Trânsito Seguro e dos Empregos”, as entidades alertam que cerca de 9 mil trabalhadores com emprego formal no RS poderão ser atingidos diretamente pela medida, se aprovada na forma atual. 

Para o presidente do SEEACOM-RS, André Fonseca da Silva, o modelo pretendido representa um retrocesso para a segurança viária: “No formato que o ministério está querendo implantar, vai atingir duramente aqui no RS. Sabemos que tem de haver mudanças, que o valor da CNH é alto, mas não podemos de uma hora para outra tirar todas as aulas, teóricas e práticas. A educação para o trânsito será praticamente extinta.” 

Do ponto de vista institucional, o Detran-RS divulgou que reconhece a necessidade de modernização e desburocratização, mas defende que eventuais mudanças preservem o caráter pedagógico e social do processo, garantindo qualidade e supervisão. 

Por que a FECOSUL apoia essa mobilização

A FECOSUL entende que a formação de condutores vai além de simples treinamentos técnicos: ela representa compromisso com a segurança das ruas, a responsabilidade social e a valorização profissional.

Alguns pontos que motivam nosso apoio ao SEEACOM-RS:

1.  Valorização dos profissionais – Instrutores e empregados de autoescolas são peça fundamental na transmissão de conhecimento e cultura de trânsito responsável.
2.  Garantia da qualidade formativa – Leituras teóricas, aulas práticas supervisionadas, acompanhamento e avaliação são elementos imprescindíveis para formar condutores conscientes.
3.  Preservação do emprego – Mudanças abruptas e desregulamentações podem gerar demissões e inviabilizar muitos CFCs, especialmente os de menor porte.
4.  Segurança pública – Retirar etapas da formação pode aumentar riscos no trânsito, com motoristas menos preparados assumindo a direção sem o devido preparo.
5.  Diálogo e aprimoramento – A proposta precisa ser discutida com cautela e participação ampla de todos os atores do trânsito — setor público, entidades, profissionais e sociedade.

Chamado à mobilização

A FECOSUL convoca seus sindicatos e a sociedade em geral a aderirem à mobilização promovida pelo SEEACOM-RS, participando de debates públicos, assinando manifestos, dialogando com parlamentares e divulgando os riscos deste retrocesso proposto.

A reforma no processo de formação de condutores não pode, jamais, comprometer a segurança, a qualidade e os empregos do setor, asseverou André Fonseca.

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Sindesc RS garante acordo que estabelece jornada de 36h15 e reforça cumprimento do Artigo 72 da CLT

O Sindicato dos Empregados em Escritórios e Empresas de Serviços Contábeis do Rio Grande do Sul (Sindesc RS) firmou, por meio de mediação conduzida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), um importante acordo com empresa de contabilidade do RS que estabelece uma jornada de 36 horas e 15 minutos semanais para os trabalhadores envolvidos.

O entendimento também contempla o pedido do Sindicato para que a empresa cumpra o Artigo 72 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que determina a concessão de intervalos de 10 minutos a cada 90 minutos trabalhados nas atividades que envolvem digitação ou inclusão de dados digitais.

Segundo o Sindesc, o acordo representa um avanço significativo nas discussões sobre a redução da jornada de trabalho, além de reforçar a importância do cumprimento das normas que protegem a saúde e o bem-estar dos trabalhadores.

“Em um momento em que o tema da redução da jornada volta ao centro do debate nacional, este acordo é um grande passo e pode servir de modelo para outras empresas”, destaca o presidente do Sindesc RS, Fernando Lemos.

O Sindesc RS reafirma seu compromisso de seguir atuando para garantir o cumprimento do Artigo 72 da CLT e demais direitos da categoria, além de colocar-se à disposição das empresas e trabalhadores para orientações e esclarecimentos sobre o tema.

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FECOSUL conclui apuração do Plebiscito Popular com ampla maioria pela redução da jornada e taxação das grandes fortunas

A Federação dos Empregados no Comércio de Bens e Serviços do Rio Grande do Sul (FECOSUL) realizou, na tarde desta quarta-feira, a apuração da urna do Plebiscito Popular, iniciativa que mobilizou trabalhadores e trabalhadoras de todo o estado em defesa de duas pautas centrais: o fim da escala 6×1 e a taxação das grandes fortunas, com isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Ao todo, 1.029 votos foram contabilizados — 751 virtuais e 278 presenciais. Dos votos coletados pela internet, 728 foram favoráveis ao fim da escala 6×1 e 729 à taxação das grandes fortunas e à isenção do IR, com apenas 23 e 22 votos contrários, respectivamente. Já na urna presencial, todos os 278 votos foram favoráveis às duas pautas, demonstrando a unanimidade do apoio entre os comerciários e comerciárias participantes.

A apuração ocorreu na sede da FECOSUL, em Porto Alegre, com a presença do presidente da federação, Guiomar Vidor, e dos diretores Fernando Lemos, Crislaine Carneiro e Paulo Pacheco. Segundo os dirigentes, a expressiva votação favorável reforça o compromisso da categoria com a construção de um país mais justo e com melhores condições de trabalho.

“Esta foi uma etapa importante da luta que já está gerando resultados concretos, como a aprovação, na Câmara dos Deputados, do projeto do governo Lula que isenta de Imposto de Renda os salários até R$ 5 mil. Agora, é fundamental que a proposta avance no Senado”, destacou Guiomar Vidor.

Sobre a jornada de trabalho, Vidor ressaltou que o movimento sindical recebe com entusiasmo a sinalização de apoio do governo federal ao Projeto de Lei nº 67/2025, da deputada Daiana Santos, que propõe a escala 5×2 e jornada de 40 horas semanais, substituindo o modelo 6×1, vigente há quase um século.

“Essa será nossa principal bandeira no próximo período. Representa um avanço civilizatório para nossa categoria, composta majoritariamente por mulheres e jovens, que enfrentam a dupla jornada e a precarização. Reduzir a jornada e conquistar a escala 5×2 é garantir mais dignidade, saúde e tempo de vida para quem trabalha”, concluiu o presidente da FECOSUL.

Com a apuração concluída, a FECOSUL reafirma seu compromisso em seguir mobilizando os sindicatos filiados e as categorias representadas para transformar a vontade popular em conquistas reais para os trabalhadores e trabalhadoras do Rio Grande do Sul e de todo o país.

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Sindicomerciários Caxias celebra o Dia dos Comerciários e Comerciárias com grande jantar dançante

Outubro é um mês especial para a família comerciária. No dia 30 de outubro, celebra-se o Dia dos Comerciários e das Comerciárias, data histórica que marca a conquista da redução da jornada de trabalho de 12 para 8 horas diárias, em 1932 — uma vitória que transformou as relações de trabalho no Brasil.

Antecipando as comemorações, o Sindicomerciários Caxias realizou no último sábado, 11 de outubro, a 2ª edição do Jantar Dançante dos Comerciários e Comerciárias, reunindo cerca de 500 pessoas entre trabalhadores, familiares e sindicatos parceiros. O evento, animado pela Banda Versus, foi um verdadeiro momento de confraternização e integração, com sorteio de mais de 50 brindes, incluindo uma televisão e diversos eletrodomésticos. O jantar e o baile seguiram com alegria até as primeiras horas da madrugada.

Mais do que uma festa, a noite foi marcada também por reflexões sobre as lutas históricas e atuais da categoria, que seguem inspirando novas conquistas.

Banda Versus animando a festa
Evento repetiu o sucesso da primeira edição com grande participação

História e luta: do passado às novas pautas

O presidente da Fecosul e diretor do Sindicomerciários Caxias, Guiomar Vidor, relembrou a origem e o significado do 30 de outubro:

“A data ficou marcada como o dia da nossa profissão porque, após muita luta, conquistamos a redução da jornada de 12 para 8 horas. Foi graças à mobilização dos comerciários e comerciárias que os demais trabalhadores brasileiros também passaram a ter suas jornadas regulamentadas”, destacou.

Guiomar Vidor, presidente da Fecosul e ex-presidente do Sindicomerciários Caxias

Guiomar também chamou atenção para os desafios atuais e a pauta em defesa de uma nova jornada de trabalho, mais humana e equilibrada:

“A luta agora é pelo fim da escala 6×1 e pela implantação da escala 5×2, com dois dias consecutivos de descanso. Essa pauta está em debate em Brasília, e só vamos conquistar se estivermos mobilizados e unidos”, afirmou.

Isenção do IR e valorização permanente da categoria

O presidente do Sindicomerciários Caxias, Nilvo Riboldi Filho, celebrou a recente vitória nacional com a aprovação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, e desconto para rendas até R$ 7,5 mil:

“Essa foi uma grande conquista da luta da categoria ao lado dos sindicatos e das entidades representativas dos trabalhadores”, ressaltou.

Nilvo Riboldi Filho, presidente do Sindicomerciários Caxias

Nilvo também destacou o trabalho permanente do sindicato em defesa dos comerciários e comerciárias, lembrando os acordos salariais acima da inflação, a manutenção de direitos e o forte investimento em estrutura física e atendimento à categoria.

“O Sindicomerciários Caxias nunca parou — nem nos momentos mais difíceis, como durante a pandemia, quando enfrentamos o negacionismo, a carestia e os ataques aos nossos direitos. Seguimos firmes, porque é juntos que conquistamos. É juntos que construiremos um novo projeto nacional de desenvolvimento, que valorize o trabalho, os direitos e combata as desigualdades”, concluiu.

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Fim da regra dos 15 dias: decisão do TST pode afetar milhões de trabalhadores

Decisão inédita do TST altera critérios tradicionais de estabilidade provisória, reduzindo exigências formais e abrindo espaço para debates sobre proteção social, segurança jurídica e impactos diretos nas relações de trabalho.

O Tribunal Superior do Trabalho fixou a tese 125 e afastou a antiga exigência de afastamento superior a 15 dias e de auxílio-doença acidentário para assegurar a garantia provisória de emprego do artigo 118 da Lei 8.213/1991, desde que, mesmo após o término do contrato, seja reconhecido o nexo causal ou concausal entre a doença ocupacional e as atividades exercidas.

A mudança reposiciona a fronteira entre proteção social e previsibilidade jurídica e põe em tensão critérios operacionais tradicionalmente adotados pelo INSS.

O que exatamente decidiu o TST

No julgamento do incidente repetitivo, a corte consolidou o entendimento de que a estabilidade pode ser reconhecida mesmo sem a soma dos requisitos objetivos antes tidos como indissociáveis.

O enunciado fixado é claro: “Para fins de garantia provisória de emprego prevista no artigo 118 da Lei 8.213/1991, não é necessário o afastamento por período superior a 15 dias ou a percepção de auxílio-doença acidentário, desde que reconhecido, após a cessação do contrato de trabalho, o nexo causal ou concausal entre a doença ocupacional e as atividades desempenhadas no curso da relação de emprego”.

A formulação atende a um problema recorrente da saúde ocupacional: efeitos tardios.

Há doenças e sequelas que não se manifestam de imediato, o que tornava insuficiente, em muitos casos, o filtro dos 15 dias.

Com a tese, empregados que comprovem a relação entre a atividade e a doença, ainda que tardiamente, passam a ter resguardado o período de estabilidade.

Alcance e limites: estabilidade não é automática

Embora a flexibilização dos critérios objetivos amplie a tutela, o precedente não universaliza a estabilidade.

A legislação previdenciária define acidente do trabalho como evento que, no exercício da atividade, causa lesão corporal ou perturbação funcional com perda ou redução da capacidade laborativa, ainda que temporária.

Sem impacto real na aptidão para o trabalho, não se configura a proteção.

A simples emissão da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), obrigação administrativa do empregador, não comprova por si só o direito à estabilidade.

É indispensável demonstrar que houve adoecimento ocupacional ou sequela decorrente de acidente, com repercussão sobre a capacidade de trabalho.

Pequenas ocorrências, como cortes superficiais, escoriações ou entorses sem incapacidade, não se encaixam no resultado pretendido pelo precedente.

Doenças ocupacionais x acidentes leves

A tese nasceu com foco nas doenças ocupacionais e nas situações em que o nexo causal seja reconhecido após o fim do vínculo.

Nesses casos, a proteção se justifica porque o adoecimento pode ser insidioso, acumulativo ou de diagnóstico complexo.

Já para acidentes de menor gravidade, que não geram afastamento significativo nem reduzem a capacidade, a estabilidade não se aplica.

A interpretação extensiva que transforme todo evento em gatilho automático de estabilidade contraria o objetivo da norma.

Além disso, decisões específicas lembram que a reafirmação de jurisprudência em repetitivos destacou a excepcionalidade ligada às doenças, o que tem alimentado a leitura de que, nos acidentes típicos sem sequelas, persistem exigências mais estritas de comprovação.

Em outras palavras: a proteção existe, mas depende de prova robusta do dano funcional.

Segurança jurídica e função social da estabilidade

O artigo 118 da Lei 8.213/1991 tem como finalidade assegurar ao trabalhador acidentado tempo de recuperação e reintegração.

Ao relativizar a necessidade do benefício previdenciário, o TST preserva a essência do instituto, voltando-se para a realidade clínica em vez de critérios exclusivamente burocráticos.

Ao mesmo tempo, o recado é explícito: estabilidade não é privilégio, e sim um instrumento dirigido a quem teve a capacidade efetivamente reduzida por doença ou sequela relacionada ao trabalho.

Papel dos advogados: distinguishing como chave

Diante do novo arranjo, ganha peso o trabalho técnico de distinguishing.

Identificar peculiaridades que afastem o enquadramento automático do caso concreto no precedente é o que evita tanto a negação indevida de proteção quanto sua banalização.

Compete às partes demonstrar, com documentos médicos e elementos do ambiente de trabalho, se houve ou não nexo causal/concausal e qual o grau de comprometimento da capacidade laboral.

Em muitos processos, a discussão deixará de orbitar apenas o número de dias de afastamento para se concentrar na prova pericial, no histórico clínico e nas condições concretas de trabalho.

Essa mudança desloca o debate do checklist formal para a materialidade da lesão.

TST x INSS: critérios em rota de colisão

A tese 125 desafia o modelo previdenciário que, historicamente, atrelou a estabilidade ao afastamento superior a 15 dias e à concessão do auxílio-doença acidentário.

Ao desvincular a estabilidade dessa porta de entrada, a Justiça do Trabalho cria um precedente que pode resultar em decisões trabalhistas reconhecendo a garantia mesmo quando o benefício previdenciário não foi concedido ou sequer requerido.

Esse descompasso produz efeitos práticos.

Empresas precisarão aperfeiçoar suas rotinas de investigação de acidentes e doenças, inclusive após desligamentos, sob pena de reconhecer estabilidade tardiamente.

Trabalhadores, por sua vez, ganham uma via mais condizente com as especificidades clínicas de doenças ocupacionais, sobretudo as de evolução lenta.

Evitar a banalização da estabilidade

Sem incapacidade real, a estabilidade não se legitima.

Para preservar o equilíbrio, a prova deve evidenciar inaptidão ou redução da capacidade decorrente de doença ocupacional ou sequela.

Retornos rápidos às atividades, sem necessidade de recuperação, não sustentam a garantia provisória.

Essa linha de corte protege o instituto contra o uso indiscriminado e mantém a coerência com o objetivo de reinserção e recuperação do trabalhador afetado.

Ao mesmo tempo, a tese reforça que a ausência de benefício previdenciário não impede o reconhecimento judicial da estabilidade quando o nexo for demonstrado.

A análise, portanto, migra do rito administrativo para a prova técnica no processo trabalhista.

Impactos operacionais nas empresas e trabalhadores

Para as empresas, o cenário aponta para investimentos em prevenção, monitoramento de saúde ocupacional e documentação consistente.

Programas de ergonomia, avaliações periódicas e registros clínicos detalhados passam a ter papel central na gestão de risco.

No contencioso, a qualidade dos laudos internos e a integração entre RH, SSMA e jurídico podem ser decisivas.

Para os trabalhadores, a principal consequência é o acesso a uma proteção menos dependente de marcos administrativos e mais aderente à ciência médica.

A orientação adequada no momento do desligamento e a guarda de prontuários e exames tornam-se medidas prudentes para eventuais reconhecimentos posteriores de nexo.

O que fica do precedente do TST

A tese 125 reafirma a tutela da saúde do trabalhador sem abandonar a necessidade de prova qualificada.

Estabilidade provisória exige demonstração de dano funcional relacionado ao labor.

Casos leves, sem repercussão na capacidade de trabalho, continuam fora do alcance.

Assim, a garantia se mantém focada em quem efetivamente precisa do tempo protegido para se recuperar e retomar a atividade.

Diante de interpretações apressadas, a pergunta que permanece é direta: como a comunidade jurídica vai aplicar a tese 125 sem transformar a estabilidade em regra geral para qualquer ocorrência no ambiente de trabalho?

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Trabalhadores do Setor do comércio da Cooperativa Languiru terão reajuste salarial com aumento real

O Sindicato dos Empregados no Comércio de Taquari e Região assinou o novo acordo coletivo para os trabalhadores do setor do comércio da Cooperativa Languiru em Teutônia. O documento tem validade de 1º de junho de 2025 a 31 de maio de 2026.

O novo piso salarial será de R$ 1.916,00, já os trabalhadores que ganham acima do piso salarial terão seus salários reajustados em 7%. Os valores têm validade a partir de 1 de junho. As diferenças salariais deverão ser pagas junto com a folha de pagamento de outubro. 

O documento também traz a manutenção das cláusulas sociais. Entre elas estão:

Auxílio Estudante: R$ 1.073,04 para o trabalhador estudante e mais R$ 268,26 para um segundo dependente. Pagamento em duas parcelas, nos meses de agosto de 2025 e fevereiro de 2026. É necessário apresentar comprovante de frequência de no mínimo 75%.

Auxílio Creche: Benefício pago aos trabalhadores com filhos até seis anos de idade para cada filho de empregado que ficar em creche regular ou escola habilitada para a educação infantil. O valor será dividido entre a folha de pagamento e o Cartão Vale compras da Cooperativa Languiru.

Prêmio Assiduidade: Valor de R$ 420,00 para quem não faltar ou chegar atrasado no decorrer do mês. Pago via cartão alimentação.  

Prêmio dia do comerciário: Em 30 de outubro, cada trabalhador receberá uma premiação no valor equivalente a 1 dia de salário no cartão vale-compras da Cooperativa Languiru. 

Dia abonado no aniversário: Cada trabalhador ganhará uma folga extra no mês de aniversário. Para isso, deverá ser feito um pedido à gerência da unidade. A folga deverá ser preferencialmente no dia do aniversário.

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FECOSUL promove Encontro Estadual para enfrentar a precarização das relações de trabalho no comércio e serviços

Na última quarta-feira, dia 24 de setembro, a FECOSUL (Federação dos Comerciários do Rio Grande do Sul) realizou, em seu auditório em Porto Alegre, o Encontro Estadual para Enfrentamento do Processo de Precarização das Relações de Trabalho no Setor do Comércio e Serviços. Com a presença de mais de 70 dirigentes sindicais e assessores jurídicos de sindicatos filiados, o evento foi um marco na luta por condições dignas de trabalho no setor, reunindo especialistas e lideranças para refletir e propor soluções frente ao avanço da precarização.

Terceirização, pejotização e contratos precários em debate

O encontro contou com exposições de Vanius Corte, Auditor Fiscal e Gerente do Ministério do Trabalho e Emprego em Caxias do Sul; da economista Lucia Garcia, do DIEESE e ITTS; e do advogado Eduardo Bestetti, assessor jurídico da FECOSUL. Os especialistas abordaram os principais mecanismos que têm fragilizado os vínculos empregatícios no comércio e serviços, especialmente após a aprovação da Lei da Terceirização (Lei nº 13.429/2017) e da Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017).

Segundo os participantes, a autorização para terceirizar atividades-fim intensificou o uso de empresas interpostas para contratação de trabalhadores em funções estratégicas como padeiros, açougueiros, caixas e repositores — muitas vezes sem respeito às convenções coletivas do setor. Soma-se a isso o aumento do trabalho intermitente, parcial e pejotizado, modalidades que precarizam direitos e ampliam a insegurança dos trabalhadores.

Adoecimento, desânimo e sobrecarga

Outro ponto de destaque foi o impacto social da precarização. Jornadas longas, baixos salários e a exigência de trabalho em domingos e feriados têm esgotado a categoria, majoritariamente composta por jovens e mulheres, muitas vezes submetidas à dupla jornada de trabalho. Esse cenário tem contribuído para o adoecimento físico e mental dos trabalhadores, reduzindo o entusiasmo no exercício de funções que exigem relacionamento com o público e dinamismo no ambiente de vendas.

A necessidade de redução da jornada de trabalho, valorização salarial e fim da escala 6×1 foram apontadas como bandeiras urgentes e prioritárias das entidades sindicais.

Relatório será enviado à CNTC e à Conferência Nacional do Trabalho

Segundo o presidente da FECOSUL, Guiomar Vidor, o encontro cumpriu um papel fundamental na construção de propostas concretas que comporão um relatório a ser encaminhado ao Grupo de Trabalho da CNTC, que realizará um encontro nacional no próximo mês. O material também subsidiará a participação da FECOSUL na 2ª Conferência Nacional do Trabalho, prevista para ocorrer em novembro no Rio Grande do Sul.

Para Vidor, o evento reforça o papel ativo da FECOSUL na defesa dos direitos trabalhistas e na formulação de alternativas para conter a degradação das relações de trabalho. Ele destacou ainda a importância de pressionar o Congresso Nacional pela aprovação de medidas legislativas estratégicas, como:
• O PL 67/2025, da deputada Daiana Santos, que estabelece a jornada 5×2 com 40 horas semanais;
• A PEC do senador Paulo Paim, que propõe a redução progressiva da jornada até 36 horas semanais;
• O PL do Governo Federal que isenta do Imposto de Renda trabalhadores com rendimento de até R$ 5 mil mensais.

Essas propostas, segundo o dirigente, estão no centro da luta por dignidade, saúde e justiça social no mundo do trabalho.

CTB RS também marcou presença

O encontro contou ainda com a presença do presidente da CTB RS (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Rodrigo Calais, que reforçou a importância da unidade entre centrais e federações na luta por trabalho decente e pela reversão dos retrocessos impostos pelas últimas reformas.