A partir de 1º de janeiro de 2026, o salário mínimo nacional passa a ser de R$ 1.621,00, o que representa um reajuste nominal de 6,79% em relação ao valor anterior. O novo valor segue a política permanente de valorização do salário mínimo, retomada em 2023, que combina a reposição da inflação com ganho real vinculado ao crescimento da economia .
De acordo com a Nota Técnica nº 289 do DIEESE, o reajuste considera a inflação medida pelo INPC, que acumulou 4,18% no período, somada a um aumento real de 2,5%, limitado pelo atual arcabouço fiscal. Com isso, o piso nacional terá um acréscimo de R$ 103,00 no valor mensal .
Mais renda, mais consumo e impacto direto na vida dos trabalhadores
O estudo aponta que cerca de 61,9 milhões de brasileiros têm rendimentos diretamente referenciados no salário mínimo. Com o novo valor, o aumento de renda na economia deve alcançar R$ 81,7 bilhões em 2026, fortalecendo o consumo interno e a atividade econômica .
Para o presidente do SINDESC RS, Fernando Lemos, a valorização do salário mínimo representa uma conquista concreta para quem vive do trabalho: “O reajuste do salário mínimo não é apenas um número. Ele significa comida na mesa, contas pagas e mais dignidade para milhões de trabalhadores e trabalhadoras. Quando o salário mínimo cresce acima da inflação, toda a economia se movimenta, especialmente nos setores que mais empregam e nos municípios”, destaca Fernando Lemos.
Importância para os municípios e para o serviço público
A Nota Técnica do DIEESE também mostra que o impacto do salário mínimo é mais significativo nas administrações municipais, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde há maior concentração de trabalhadores com remuneração próxima ao piso nacional. Ainda assim, o impacto sobre a folha total dos municípios permanece relativamente baixo, em torno de 0,81%, demonstrando que a valorização do mínimo é socialmente necessária e fiscalmente administrável.
Segundo Fernando Lemos, os dados desmontam o discurso de que a valorização do salário mínimo inviabiliza as contas públicas: “Os números provam que é possível valorizar quem trabalha sem comprometer a economia. Pelo contrário: o salário mínimo forte reduz desigualdades, fortalece o mercado interno e gera retorno ao próprio Estado por meio do consumo e da arrecadação”, afirma.
Política de valorização e combate às desigualdades
O DIEESE ressalta que, desde 2003, a política de valorização do salário mínimo foi uma das principais ferramentas de combate à pobreza e às desigualdades sociais. Entre 2002 e 2026, o piso nacional acumula aumento nominal de 710,5%, com ganho real próximo de 100% no poder de compra .
Além disso, houve melhora na relação entre salário mínimo e cesta básica. Em janeiro de 2026, o salário mínimo será capaz de adquirir, em média, 1,93 cesta básica, o melhor resultado desde 2019, ainda que insuficiente para garantir plenamente o sustento das famílias .
Luta permanente por mais valorização
Para o SINDESC RS, a elevação do salário mínimo reforça a necessidade de seguir lutando por políticas de renda, valorização salarial e redução das desigualdades, aliadas a pautas fundamentais como a redução da jornada de trabalho e a ampliação de direitos.
“O salário mínimo precisa continuar sendo tratado como instrumento de justiça social. A nossa luta é para que os trabalhadores tenham não só renda, mas também tempo para viver e qualidade de vida”, conclui Fernando Lemos.
Veja a nota técnica do Dieese na íntegra:
