A reunião de negociação com os empresários lojistas (Sindilojas) de Caxias do Sul ocorrida nesta sexta-feira, 21, surpreendeu o Sindicomerciários pela postura considerada de desleixo dos patrões em relação às reivindicações de seus funcionários. Ao invés de valorizar a categoria, a patronal chegou com um verdadeiro pacote de maldades, que inclui a diminuição do valor do auxílio-creche (através de seu congelamento), retirada do triênio, abertura do comércio no 1º de maio entre outras maldades. E pior, condicionaram o reajuste de apenas 3%, que é a inflação, a esses retrocessos. A resposta do Sindicomerciários foi: retrocessos são inaceitáveis! A categoria quer o INPC + 3% de aumento real, ou seja, 6% de reajuste e a manutenção de todos os direitos.
O presidente do Sindicomerciários Caxias disse ter ficado surpreso negativamente com a posição dos lojistas na mesa pois revela postura que dificulta a negociação e mostra evidente não reconhecimento do valor do trabalho da categoria. “Achamos que é uma posição incongruente diante dos bons resultados do setor local. Quando a patronal vem cheia de ataques aos direitos – isso é uma estratégia. Estratégia de quem quer dificultar o acordo para não valorizar e explorar ao máximo o trabalho dos seus funcionários. Só vêem o lucro, não as pessoas”, disse.
A proposta apresentada pelos patrões também foi criticada pelo presidente da Federação dos Comerciários do RS, Fecosul, Guiomar Vidor, que esteve presente na reunião. “A proposta de apenas o reajuste do INPC por si só não cobre nem as perdas do poder de compra sofrida pelos trabalhadores. Mas, atrelada a um pacote de maldades, é inaceitável”, assinalou.
Guiomar salientou ainda que o setor do comércio vem apresentando dados positivos de crescimento que não combinam com a postura na negociação. “O setor do comércio no Rio Grande do Sul já superou a pandemia e vem acumulando bons resultados desde 2021. No ano de 2022 cresceu 7,1% acima da inflação e foi um dos responsáveis pela retomada da economia no estado.”
Nilvo lembrou que a cesta básica de Caxias, segundo dados da UCS, aumentou 13,30% entre maio de 2022 e maio de 2023. Ela passou a custar R$ 1.377,77. “Por isso é tão necessário o reajuste com aumento real nos salários”, pontuou.
O QUE PEDEM OS COMERCIÁRIOS CAXIENSES:
- Reajuste dos salários com aumento real: 6% (que corresponde ao INPC+3%)
- Piso de RS 2.030
- Licença maternidade de 180 dias e paternidade de 20 dias
- Auxílio-estudante
- Transporte gratuito
- Reajuste no auxílio-creche
- Vale-alimentação
- Plano de saúde
- Proibição de trabalho intermitente
- Proibição de terceirização nas atividades fins
Nesta sexta, também houve negociação com o setor de mercados, com o Sindgêneros. A próxima reunião com os lojistas ainda não foi marcada.