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FECOSUL e CTB fortalecem vozes femininas na VI Conferência Estadual de Mulheres do RS

A VI Conferência Estadual de Mulheres do Rio Grande do Sul reuniu cerca de 400 participantes nos dias 12, 13 e 14 de setembro, em Porto Alegre, consolidando-se como um espaço estratégico de construção coletiva, articulação política e proposição de políticas públicas voltadas à promoção da igualdade de gênero. A FECOSUL (Federação dos Comerciários do RS) e a CTB RS (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) marcaram presença ativa no encontro, contribuindo com propostas concretas no eixo das políticas de cuidado, condições de trabalho e autonomia econômica das mulheres.

Protagonismo sindical e compromisso com a igualdade

Representantes da FECOSUL e da CTB apresentaram diretrizes que refletem o compromisso histórico das entidades com a valorização do trabalho feminino, a proteção social e a construção de um mundo do trabalho mais justo. Entre os principais pontos defendidos, destacam-se:

•   A defesa do fim da escala de trabalho 6x1 e a implementação da jornada 5x2, com foco na saúde física e mental das mulheres e na promoção de uma vida laboral mais equilibrada e digna.
•   A valorização do trabalho doméstico e de cuidado, incluindo diaristas e cuidadoras, com políticas que assegurem trabalho decente e combate ao trabalho análogo à escravidão, pautadas na Convenção 189 da OIT.
•   Incentivos à autonomia econômica das mulheres, com ampliação do acesso a creches e escolas em turno integral, lavanderias e cozinhas públicas, políticas de crédito assistido, apoio técnico, feiras solidárias e reconhecimento fiscal de empreendimentos femininos.
•   A luta pela isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, a redução da jornada de trabalho, a igualdade salarial, o combate ao assédio e à violência no trabalho, e o incentivo à capacitação técnica e gestão solidária, especialmente para mulheres negras, indígenas, periféricas, mães atípicas, LGBTQIAPN+ e PCDs.

Sete eixos para um futuro com equidade

A conferência foi organizada em torno de sete eixos temáticos essenciais para a construção de políticas públicas feministas e antidiscriminatórias:

1.  Autonomia econômica e igualdade no mundo do trabalho
2.  Mecanismos de enfrentamento às violências contra as mulheres
3.  Saúde integral e direitos sexuais e reprodutivos
4.  Participação política e presença em espaços de poder
5.  Desenvolvimento sustentável, direito à terra, moradia e segurança alimentar
6.  Interseccionalidade nas políticas para mulheres
7.  Educação, ciência e tecnologia não sexistas

Presença institucional e impacto duradouro

A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, participou da cerimônia de abertura no dia 12, destacando a importância da mobilização feminista para o avanço da democracia e da justiça social no Brasil. Durante os debates e plenárias, a pluralidade de vozes mostrou que os desafios são imensos, mas também são potentes as redes que se formam a partir da escuta, da troca de experiências e da construção de propostas concretas.

Tanto para a FECOSUL como para a CTB, o evento representa mais do que uma etapa de conferência: é um marco na mobilização contínua em defesa dos direitos das mulheres trabalhadoras, especialmente em setores historicamente precarizados. As propostas levadas ao debate reforçam o papel do movimento sindical como ator fundamental na formulação de políticas públicas que dialogam com a realidade das mulheres nas cidades, no campo, nas periferias e nos locais de trabalho.

Uma agenda que segue em construção

Com base nas contribuições feitas na conferência, FECOSUL e CTB reforçam a necessidade de que as deliberações avancem para o âmbito estadual e nacional, e que sejam efetivamente transformadas em ações, legislações e políticas. A luta pela equidade de gênero é cotidiana e exige ação articulada entre Estado, movimentos sociais, centrais sindicais e a sociedade como um todo.

Segundo a dirigente sindical da FECOSUL e da CTB RS, Ivanir Perrone: “É com mobilização e participação que seguimos construindo um futuro com mais justiça, equidade e dignidade para todas as mulheres.”

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